sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PoOeSia

A Boca

No boteco da Badaró
a boca balbucia
Bacardi ou batida?
Tanto faz, bebe-se o suficiente para se entorpecer.

Frente à basílica abacial da São Bento,
sem isqueiro, sem horas e sem dinheiro,
tramito "coisas mentais" sob o som do trânsito,
no velado som da noite
sou solidário e sem piedade
mas continuo voraz pela velha cidade
um urbaiano sem identidade.

E a boca vazia balbucia
sob a flácida paisagem
de uma tenaz cidade
que se anti-reluz sem regalias
com carros soprando fumaça
carregadas de nostalgia.

E eu na calçada
continuo perseguindo palavras
em busca da tradução
de uma lisérgica euforia.
(Ederlucas) 

 
 

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